21/10/2024
A nomofobia, termo que descreve o medo intenso de ficar sem acesso ao celular, é uma condição cada vez mais presente na sociedade contemporânea, especialmente entre jovens e adolescentes. Essa fobia, derivada da expressão "no mobile phone phobia", reflete o grau de dependência dos smartphones, que se tornaram essenciais para comunicação, entretenimento e até atividades cotidianas. Com a crescente presença da tecnologia na vida diária, entender esse fenômeno é essencial para promover um uso equilibrado e saudável dos dispositivos móveis.
A nomofobia vai além de um simples desconforto ao deixar o celular em casa. Ela pode se manifestar como ansiedade intensa, irritabilidade e necessidade compulsiva de checar o aparelho frequentemente. Vanessa Mello, supervisora pedagógica do Colégio Anglo Balneário Camboriú, destaca que “a dependência excessiva do celular pode interferir diretamente na concentração e no desempenho escolar dos alunos, impactando também suas relações sociais”. De fato, muitos jovens podem desenvolver dificuldade em interagir sem o suporte de seus dispositivos, o que reforça a importância de abordar esse tema nas famílias e nas escolas.
Entre os sintomas mais comuns da nomofobia estão a ansiedade ao se ver longe do celular, a sensação de estar desconectado do mundo e o hábito de verificar o aparelho repetidamente, mesmo sem notificações. Em casos mais graves, a pessoa pode evitar atividades em que o uso do celular seja restrito, como certas aulas ou eventos sociais. Esse comportamento pode levar a um isolamento social progressivo, prejudicando a capacidade de manter relacionamentos interpessoais saudáveis.
Além disso, o uso exagerado de celulares pode impactar a saúde física, causando problemas como dores nos pulsos, tensão no pescoço e nos olhos, além de interferir no sono devido ao uso contínuo antes de dormir. Para evitar esses efeitos, é fundamental que pais e educadores estejam atentos aos sinais e promovam um ambiente que favoreça o uso consciente da tecnologia.
Uma das formas de prevenir a nomofobia é estabelecer limites claros para o uso do celular. “Estimular momentos de desconexão, como passeios em família e práticas esportivas, ajuda a criar um equilíbrio entre o mundo digital e o real”, reforça Vanessa Mello. Esses momentos offline são fundamentais para que crianças e adolescentes desenvolvam outras habilidades e se conectem com o ambiente ao seu redor, sem a constante necessidade de estar ligados à tela.
A comunicação entre pais e filhos também é um fator-chave na prevenção e no tratamento da nomofobia. Conversar abertamente sobre o uso responsável da tecnologia e explicar os efeitos negativos do uso excessivo pode ajudar a criar uma rotina mais equilibrada. Além disso, incentivar hobbies e atividades que não dependam de aparelhos eletrônicos é uma forma eficaz de diversificar os interesses e reduzir a dependência dos dispositivos.
Quando a nomofobia se torna severa, com prejuízos significativos para a vida pessoal, acadêmica e social, pode ser necessário buscar ajuda profissional. Psicólogos especializados em terapia cognitivo-comportamental podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias para lidar com a ansiedade e a compulsão em relação ao uso do celular. Essa intervenção é fundamental para que o jovem consiga encontrar um ponto de equilíbrio e retomar sua rotina sem a presença constante da ansiedade.
A nomofobia é um desafio crescente na era digital, mas com orientação e apoio, é possível reduzir seus impactos e promover uma relação mais saudável com a tecnologia. Compreender e abordar essa questão é um passo importante para garantir o bem-estar dos jovens e estimular um uso mais consciente dos dispositivos móveis. Para saber mais sobre a nomofobia, acesse camara.leg.br/radio/programas/977152-nomofobia-o-vicio-ao-celular-o-que-saber-e-como-evitar e exame.com/ciencia/nomofobia-entenda-o-que-e-o-transtorno-e-as-formas-de-minimiza-lo