14/04/2025
Contar até dez, fazer uma conta simples de adição ou entender quantas balas há em um pacote são tarefas rotineiras para a maioria das crianças. No entanto, para quem tem discalculia, esses desafios ganham proporções muito maiores. O transtorno, que atinge entre 3% e 6% dos estudantes, dificulta a compreensão de conceitos matemáticos e, muitas vezes, passa despercebido até o final da infância.
A criança pode demonstrar dificuldades já nos primeiros contatos com a matemática, como associar números às quantidades correspondentes ou aprender a contar de forma sequencial. Ao longo dos anos escolares, a falta de avanço se torna mais evidente, com problemas para decorar a tabuada, comparar valores ou realizar contas mentais. “A persistência desses sinais, mesmo diante de apoio escolar e familiar, pode indicar algo além de uma simples dificuldade”, ressalta Elaine Coelho, diretora geral do Colégio Anglo Balneário Camboriú.
Além da lentidão em cálculos, um dos comportamentos mais recorrentes é a necessidade constante de usar os dedos para resolver operações simples, mesmo com a repetição dos conteúdos. Crianças e adolescentes com discalculia também costumam confundir símbolos matemáticos, ter dificuldade em interpretar gráficos ou aplicar conceitos de tempo e espaço — como saber quantos minutos se passaram ou calcular distâncias.
É comum que a discalculia seja confundida com falta de atenção ou preguiça. Por isso, o diagnóstico deve ser realizado por psicólogos ou neuropsicólogos, que aplicam testes específicos para avaliar o processamento numérico da criança. Esse cuidado evita que o estudante seja rotulado injustamente e receba o suporte adequado.
O transtorno pode se manifestar de formas diferentes. Há casos em que a dificuldade está na escrita e reconhecimento dos números, outros em que o problema é verbal — ou seja, ao ouvir instruções matemáticas. Também há quem apresente bloqueios na hora de fazer cálculos mentais, mesmo compreendendo o conceito.
As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas a genética e o desenvolvimento cerebral são fatores considerados importantes. Disfunções em regiões específicas do cérebro parecem comprometer a capacidade de representar números mentalmente e processar a lógica matemática.
O tratamento da discalculia não elimina o transtorno, mas pode amenizar seus efeitos. Estratégias personalizadas de ensino, uso de recursos visuais e jogos educativos ajudam a tornar os conteúdos mais acessíveis. É essencial que o estudante receba apoio emocional e sinta que é capaz de aprender, mesmo que em um ritmo diferente. Para saber mais sobre discalculia, visite https://institutoneurosaber.com.br/artigos/discalculia-quando-a-dificuldade-com-a-matematica-e-um-disturbio-de-aprendizagem/ e https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/discalculia-em-criancas-o-que-e-como-identificar-e-tratar,29b36ac951352311a7200862b613bdabnjifb1at.html#google_vignette